Ministro da Saúde, Alexandre Padilha
No Dia Mundial do Diabetes, comemorado nesta quinta-feira (14), o
Ministério da Saúde divulga dados inéditos sobre a doença no Brasil e
revela que o número de casos está crescendo. A pesquisa Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel 2012) revelou um aumento de 40% entre 2006, primeiro
ano do levantamento, e ano passado. O percentual de pessoas que se
declararam diabéticas passou de 5,3% para 7,4% no período.
O
avanço da diabetes está relacionado ao excesso de peso, à falta de
exercícios físicos, à má alimentação e o envelhecimento da população. O
Vigitel aponta que 75% do grupo de brasileiros convivendo com a diabetes
estão acima do peso. Em 2012, pela primeira vez na história o número de
pessoas com sobrepeso superou a metade da população, chegando a 51%.
“Os
hábitos de vida dos brasileiros sofreram uma profunda mudança nos
últimos anos, que estão provocando o aumento de doenças crônicas como o
diabetes. Temos trabalhado para preparar o sistema de saúde para lidar
com este novo quadro, com ações como a ampliação do acesso aos
medicamentos para controle das doenças. Por isso lançamos o Saúde Não
Tem Preço, que distribui remédios de graça para o tratamento de
hipertensão, diabetes e asma, desde fevereiro de 2011”, destaca o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Depois que a distribuição
dos remédios se tornou gratuita, mais que quintuplicou o número de
pessoas beneficiadas, saltando de 306,8 mil beneficiários em de janeiro
de 2011, mês anterior ao início do Saúde Não Tem Preço, para 1,7 milhão
em setembro deste ano. Ao longo do período, já foram 5,7 milhões de
diabéticos que recorreram às unidades próprias do Farmácia Popular e às
drogarias privadas conveniadas ao Aqui Tem Farmácia Popular para obter o
tratamento gratuitamente, segundo o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha.
A expansão do acesso aos medicamentos contribuiu
decisivamente para evitar uma escalada no número de complicações da
doença. O número de brasileiros internados pela doença nos hospitais que
atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 17,4% - de 172,1 mil, em
2010, para 142,1 mil, em 2012. Com isso, a taxa de pacientes internados
teve redução de 19%, de 90,26 internações para cada 100 mil habitantes
para 73,3 atendimentos hospitalares a cada 100 mil.
Expansão do diabetes
Pelo
Vigitel 2012, o diabetes é mais comum em mulheres (8,1%) do que em
homens (6,5%). O estudo revela também a educação é um fator importante
de prevenção: 3,8% dos brasileiros com mais de 12 anos de estudo
declararam ser diabéticos, enquanto 12,1% dos que têm até oito anos de
escolaridade dizem ter a doença.
O crescimento ocorreu em todas as
faixas etárias, porém na faixa de 35 a 44 anos o aumento foi mais
significativo: 26,6% de 2006 a 2012. No ano passado, o percentual de
pessoas nessa faixa etária, que declararam ter diabetes, foi de 3,9%,
enquanto em 2006 o dado foi 2,9%. Outra faixa etária de destaque foi a
de 65 anos e mais que passou de 19,2% para 22,9%, de 2006 a 2012,
respectivamente.
O Vigitel 2012 coletou dados nas 26 capitais e no
Distrito Federal, ouvindo 45.448 pessoas. A capital com maior
percentual de diabéticos é São Paulo (9,3%), seguido de Curitiba (8,4%),
Natal (8%) e Porto Alegre (8%0). Os menores índices estão em Palmas
(4,3), Macapá (4,9), Manaus (4,9%) e Porto Velho (5,0%).
Sobre a doença
A
diabetes é uma doença crônica resultante do desequilíbrio dos níveis de
glicose no sangue. Isso ocorre quando o pâncreas não consegue produzir
insulina suficiente (diabetes tipo 1) ou quando a insulina produzida
pelo pâncreas não age adequadamente nas células devido a uma resistência
do corpo à ação dela (diabetes tipo 2). Quando um destes problemas com a
insulina ocorre, a glicose deixa de ser absorvida pelas células, o que
provoca a elevação dos níveis de glicose no sangue.
A principal
característica da diabetes é a hiperglicemia (elevação dos níveis de
glicose no sangue), que pode se manifestar por sintomas como poliúria
(excesso de urina), polidipsia (sede aumentada), perda de peso,
polifagia (fome aumentada) e visão turva. Esses sinais e sintomas são
mais evidentes no diabetes tipo 1. O diabetes tipo 2 em geral é mais
“silencioso” e é mais comum na faixa etária dos adultos. (Ministério da Saúde)
Fonte: Jornal O Mossoroense
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