A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), através da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (SUVIGE) está encaminhando a todos os 167 municípios do Rio Grande do Norte uma nota técnica alertando para o aumento de casos de sarampo no Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2013 o país apresentou surtos nos Estados de Pernambuco (180), Paraíba (9), Ceará (1), Minas Gerais (2), São Paulo (5), Espírito Santo (1), Santa Catarina (1) e Distrito Federal (1). Enquanto que no início de 2014, já registrou 65 confirmações, todas provenientes dos Estados vizinhos ao RN, Pernambuco apresentou 4 e o Ceará 61 casos.
“Diante deste cenário, é importante que os gestores e profissionais de saúde estejam informados e colaborem com o sistema de vigilância, identificando os casos e notificando às instâncias competentes. Para isso estamos enviando uma nota de alerta, chamando a atenção para o risco de reintrodução do vírus causador do sarampo no Estado. Mesmo sem confirmar um caso desde 2000, o RN faz fronteira com Estados que estão em surto, além disso, estamos às vésperas da Copa do Mundo, quando haverá um aumento no trânsito de pessoas oriundas de diversos países e regiões do Brasil que têm casos confirmados de Sarampo. Por tudo isso as instâncias competentes têm que intensificar o trabalho da vigilância epidemiológica”, destaca Adriana Cristina Melo, técnica responsável pelas Doenças Exantemáticas na SESAP.
A SESAP encaminha a nota aos municípios através das Unidades Regionais de Saúde (URSAPs), alertando sobre a necessidade de notificar imediatamente os casos suspeitos de Sarampo, para que a SESAP junto à unidade notificadora possa tomar as medidas de controle cabíveis, num prazo máximo de 48hs, de modo a impedir uma eventual expansão da doença. Também incentiva os municípios a realizarem busca ativa das crianças que ainda não foram vacinadas com a tríplice viral, pois elas estão mais susceptíveis de contrair o Sarampo numa situação de surto. Vacina que também previne a rubéola e a caxumba, e está disponível gratuitamente nos postos de saúde durante todo o ano.
Francisca Santos, coordenadora do Programa Estadual de Imunização da SESAP orienta que as crianças devem tomar duas doses da vacina, sendo a primeira ao completarem 12 meses de idade e a segunda com 15 meses. Para os adolescentes (11 a 19 anos), está indicado o esquema de vacinação da tríplice viral quando não se comprovar o esquema de duas doses. Em caso de apresentar comprovação de apenas uma dose, administrar a segunda dose, sendo o intervalo mínimo entre estas de 30 dias. Já para os adultos, deve-se administrar uma dose em homens de 20 a 39 anos de idade e em mulheres de 20 a 49 anos de idade (com exceção das gestantes) que não apresentarem comprovação vacinal. É importante que todos observem a situação atual das suas cadernetas de vacinação, pontua.
Segundo dados da SESAP, o RN desde 2011 está com mais de 95% de cobertura vacinal da tríplice viral, no entanto a faixa etária de 01 ano tem trazido preocupações, pois alguns municípios e regiões de saúde do Estado apresentam déficit e não atingiram a meta de 70% de homogeneidade de cobertura estipulada pelo Ministério da Saúde. “Representam crianças que não foram vacinadas contra a Tríplice Viral e estão mais susceptíveis a contrair o Sarampo”, alerta Adriana Cristina Melo.
A Secretaria também orienta que as pessoas que, nos últimos 30 dias, viajaram ou tiveram contatos com pessoas do exterior e/ou oriundas dos Estados Brasileiro em situação de surto para que fiquem atentas aos sintomas da doença.
O Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. Entre os sintomas estão manchas avermelhadas na pele, que surgem inicialmente na face e seguem em direção aos pés, além de manchas brancas dentro da boca. Além disso, também é comum a febre alta, mal estar, tosse com catarro, conjuntivite, prurido, falta de apetite e coriza nasal.
Por se tratar de uma doença transmitida diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar, se torna altamente contagioso. A infecção pelo vírus pode evoluir em complicações como pneumonia e encefalite, se não for tratada a tempo pode levar ao óbito.
Fonte: Jornal de Fato
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